DESESPERO
A bruta ardência de um amor falido
Causando desespero, empobrecendo
Aonde imaginara renascendo,
Agora este retrato apodrecido
De quem se entrega e sabe estar vencido,
Passado lentamente; vou revendo
Segredos? Claramente, hoje eu desvendo,
Morrendo simplesmente em triste olvido,
Arcaicas ilusões, torpes palavras,
Enquanto a poesia bebe as lavras
Não sobra nem sequer um frágil toque
Distante melodia; não escuto,
O que restou de nós; inerte e bruto,
Em mar tão tenebroso desemboque...
MARCOS LOURES
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