SEGREDOS
Dos presentes que a mim ofereceste
Segredos escondidos neste cofre,
Se à noite o peito amargo ainda sofre
Uma ilusão farsante, a alma reveste;
O perfume que outrora se sentia
Na casa em que vivemos loucamente,
Entrando pelo quarto, de repente,
Apascentando enfim, esta agonia...
Lampejos da memória; brilhos tantos,
Revivo docemente estes momentos
Abandonando ao léu, velhos tormentos,
Secando finalmente, tristes prantos...
Retornas soberana à minha vida,
Que um dia imaginei tosca e perdida...
MARCOS LOURES
No comments:
Post a Comment