EU
Horrenda garatuja, um ser disforme,
Que vaga pelas noites mais escuras,
Sem ter quem o deseje nem conforme,
Carrega no embornal, mil amarguras...
Enquanto a multidão descansa e dorme,
Desfilo impunemente tais agruras,
Vergonha de existir, se torna enorme
As luzes e os espelhos, vis torturas...
Mas nada do que trago me entorpece,
Enquanto a tarde morre e a noite desce,
Nas sombras e nos ermos, meus caminhos...
A lua, deusa bela e soberana,
Sobre o planeta inteiro, dança e plana,
E este fantoche encharca de carinhos...
MARCOS LOURES
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