O PREÇO QUE SE PAGA
O preço que se paga é mesmo caro,
A liberdade é bem que se conquista
Com sangue, com suor; ao desamparo
Montanha tão distante que se avista.
O dote desejado, pois mais caro,
Está nos pés macios do passista,
Nos olhos da mulher que amo e declaro,
Nos sonhos deste antigo comunista.
A boca miserável, desdentada,
As armas esquecidas no porão,
As cores do luar do meu sertão,
A morte em tantos campos espalhada,
É flor que necessita de cuidado,
Num solo em tantas mortes, adubado...
MARCOS LOURES
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